O que é a Orientação Vocacional

14-02-2022

Todas as pessoas podem, em determinada fase da sua vida, deparar-se com situações de indecisão quanto ao caminho a seguir no que toca ao seu percurso escolar e/ou profissional. É nesses momentos que faz sentido recorrerem à Orientação Vocacional, para poderem tomar a melhor decisão possível para o seu futuro.

A Orientação Vocacional é, portanto, uma área de intervenção que pretende dar resposta às necessidades e indecisões das pessoas quanto à direção a dar à sua carreira académica e/ou profissional.

Esta atividade deve ser executada por profissionais habilitados (Psicólogos) uma vez que uma das suas vertentes principais é a exploração do auto conhecimento. É para ajudar nesta exploração que habitualmente se recorre à utilização de instrumentos que permitem aferir o autoconhecimento - os testes psicológicos.

Dois aspetos que são habitualmente avaliados são os interesses e as aptidões. Os interesses dizem respeito às áreas de atividade que o indivíduo gosta (prefere) e as que não gosta (rejeita). Ambos os extremos são extremamente importantes quando está em causa fazer escolhas.

As aptidões têm a ver com as atividades que são de fácil aprendizagem ou realização, ou pelo contrário são difíceis para o indivíduo fazer ou aprender.

O conhecimento realista dos interesses e das aptidões é extremamente importante para que as escolhas do indivíduo sejam bem sucedidas e lhe venham futuramente a proporcionar realização pessoal e profissional.


Porque se usam testes psicológicos?

O recurso aos testes psicológicos pretende introduzir as correções necessárias a autoconhecimento contaminado.

É frequente, por exemplo, os jovens em idade escolar "acharem" que gostam de determinada atividade, ou que têm "jeito" para a realizar, mas nunca terem tido oportunidade de a experimentar. Ou, pelo contrário, terem relativamente a essa mesma atividade nunca experimentada, a ideia que ela lhes é desagradável ou que não têm competência para a realizar. Na verdade, a maioria dos nossos jovens tem um leque de experiências muito reduzido para além do contacto com as diferentes disciplinas escolares. É muito pouco comum na nossa sociedade, os jovens recorrerem às atividades de férias como oportunidades de explorarem o seu autoconhecimento. Por vezes, as experiências com as disciplinas escolares, contribui até para distorcer a auto imagem das suas competências - quantas vezes a aprendizagem de determinados conteúdos escolares é "contaminada" pela simpatia ou antipatia que existe entre o jovem e o professor/a em questão? Pretende-se então que os resultados dos testes psicológicos realizados pelos jovens em momentos de decisão do seu percurso escolar, os ajudem a perceber efetivamente quais são os seus "pontos fortes" e "pontos fracos" para que futuramente não sejam surpreendidos.

Outra vertente que deve ser explorada na Orientação Vocacional é a Informação. Esta não é menos importante que o autoconhecimento, uma vez que o desconhecimento da diversidade de oportunidades, pode levar o indivíduo a fazer escolhas menos favoráveis à prossecução dos seus objetivos. Existe um verdadeiro universo por explorar no que respeita às profissões que existem no mercado de trabalho, com todas as suas especificidades, já para não referir a constante mudança que vai ocorrendo não só nas profissões existentes, como também na forma de executar as que vão continuando a existir. Não podemos esquecer a relação tão próxima existente entre a tecnologia e o mundo do trabalho e que a ultra rápida evolução da primeira se vai refletir inquestionavelmente no segundo. No espaço de vinte anos, "morrem" e "nascem" muitas atividades profissionais e as "sobreviventes" passam a realizar-se de forma completamente diferente!

Quanto aos "caminhos" para chegar às profissões, ou seja, as opções formativas a que os jovens podem aceder, também elas se multiplicam e podem facilitar ou dificultar o acesso aos objetivos definidos.


O papel do Profissional

Ao contrário da expectativa que muitas vezes existe quando se procura a ajuda de um técnico, não compete a este indicar ao jovem/adulto qual o caminho a seguir. A decisão final será sempre do indivíduo (ou no caso de jovens menores, deles em articulação com os seus encarregados de educação). O técnico que intervém no processo, é apenas um facilitador do acesso à informação, quer no que toca ao autoconhecimento, quer no que diz respeito às oportunidades formativas e profissionais. Cabe-lhe apresentar ao jovem/adulto, as vantagens e desvantagens de cada caminho, relativamente a determinados objetivos.

Os processos de Orientação Vocacional defrontam-se frequentemente com diversas dificuldades. Uma das mais frequentes é a falta de oferta das alternativas. Sobretudo em zonas de mais baixa densidade populacional, a oferta formativa é pouco diversificada e acaba por "impor" aos jovens, escolhas que têm uma elevada probabilidade de conduzir ao fracasso. Outras vezes, algumas das alternativas transportam consigo uma imagem pouco positiva que leva a que sejam rejeitadas ou que nem sequer sejam consideradas, apesar de proporcionarem condições mais favoráveis no acesso aos objetivos definidos.


Quando se pode recorrer à Orientação Vocacional?

O recurso à Orientação pode fazer-se em qualquer momento do percurso escolar ou profissional, havendo contudo, uma maior razão para isso quando se aproximam momentos de tomada de decisão. É por isso que, normalmente, aparece essa proposta quando os jovens em idade escolar estão no 9º ano. O final do terceiro ciclo é particularmente importante na vida dos jovens, na medida em que será esta a primeira vez na vida em que terão que decidir sobre o seu futuro profissional. Pretende-se com esta intervenção, que, não só preparem a decisão imediata do 10º ano, mas também "aprendam" a enfrentar as próximas decisões que terão que enfrentar no seu percurso escolar.


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